Lello "surpreendido" por Seguro admitir fiscalização

O deputado socialista José Lello afirmou-se hoje "surpreendido" por o secretário-geral do PS ter admitido recorrer à fiscalização sucessiva do Orçamento e avisou que esse trabalho jurídico, liderado pelo ex-ministro Alberto Costa, está já concluído.
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José Lello falava à agência Lusa depois de o secretário-geral do PS, António José Seguro, ter admitido em entrevista à Antena 1 que a bancada socialista poderá suscitar a fiscalização sucessiva de algumas normas Orçamento do Estado para 2013.

"Essa declaração [de António José Seguro] é uma surpresa, porque o mesmo grupo de deputados do PS que fez o pedido de fiscalização sucessiva do Orçamento para 2012 preparou tudo e disse que nada faria antes de conhecer qual a atitude do Presidente da República. Aparentemente, parece que o Presidente da República pedirá a verificação sucessiva do Orçamento e nós estamos com tudo preparado e com tudo pronto para ver em que pontos tocará [Cavaco Silva]", disse.

Sobre a posição do secretário-geral do PS, José Lello referiu que António José Seguro disse recentemente que "ficava incomodado com uma intervenção sobre o Orçamento que não fosse do estrito foro político, evitando assim qualquer incursão pelas vias jurídicas".

"No entanto, agora, com uma precisão própria de quem tem acompanhado este processo com proximidade, vem dizer que há quem esteja a preparar uma intervenção de fiscalização sucessiva, tipificando mesmo diversas áreas que nós nem sequer tínhamos previsto. Quero dizer que, pela nossa parte, quem tem trabalhado no plano jurídico é [o ex-ministro da Justiça] Alberto Costa, que, como eu, ficou surpreendido", afirmou.

José Lello declarou ainda que o seu grupo (que integra deputados como Sérgio Sousa Pinto, Isabel Moreira, Vitalino Canas, Isabel Santos, Renato Sampaio e André Figueiredo) tem tudo preparado "e desconhece quem no Grupo Parlamentar do PS esteja a fazer o que quer que seja".

"Temos tudo pronto e vamos avançar com grande objetividade e já contactámos os deputados que vão assinar. Havendo outros grupos que, alegadamente, estão a laborar sob orientação do secretário-geral do PS, isso deixa-me relativamente confuso", acrescentou o ex-dirigente socialista.

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